Aconchego
Corpo cansado em meus braços largado...Olhos fechados, alma gravitando entre o adormecer e o despertar... Quietude entrecortada pelo som de latidos distantes. ..A casa na penumbra filtrando a luz tímida que dá escada emanava...
Eu, você...uma mão segurando outra mão... Um corpo acolhendo outro corpo...e, passeando por seu rosto, meus dedos decoravam a geografia de seus olhos, o desenho dos seus lábios, o contorno do nariz e...os dedos se perdiam em meio aos fios de cabelos tingidos pelo tempo...
E, em cada traço, um pedaço da sua história, de suas conquistas....vitórias e derrotas desenhadas nos contornos do rosto fotografado pelo olhar que acompanhava o compasso da respiração que se alternava...e da luta que travava para não adormecer completamente..
Vez em quando os olhos se abriam, me olhavam em confusão...mas depois rendiam-se, por instantes, para o sono sem solução. Por minutos gravitamos por um tempo sem tempo nem espaço, congelados em uma só emoção...
Você semi adormecido, eu desperta...às vezes sorria e pensava que sonhava...e por instantes você estava ali...tão perto... Então, uma onda, de uma doce ternura invadiu minha alma e desejei que seu coração carregasse a leveza e a pureza das flores, que seus braços pudessem ser apoio, abrigo e que a felicidade pudesse ser sua companheira e que você sempre encontrasse uma luz na noite escura que pudesse te mostrar o caminho de volta....dentro e fora de si mesmo...e que um dia, esse coração cigano, pudesse compreender a beleza de um amor que é, ao mesmo tempo, porto e caminho, laço que enlaça mas que não amarra, carinho que não sufoca, cumplicidade que busca apenas complementar-se...
Um amor que tem a possibilidade de voar mas a certeza de querer voltar...
Ana Izabel JS
Enviado por Ana Izabel JS em 06/11/2015
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