A vida é um grande baile, vamos dançar?
Acho que é esse o convite da vida que
nos convida para bailar em compassos variados
E a este seguem-se descompassos
Tropeços, apertões no pé de quem nos conduz e
A quem conduzimos e aí perdemos o rebolado
Ou mesmo reaprendemos outros gingados
A vida é um baile, vamos dançar?
É assim que ela nos ensina a cair,
A levantar, a escorregar e a ser amparado pelo par
Ou em quem nós esbarrar
Por vezes dançamos solitários,
Como mágicos vendo e fazendo piruetas
Vagando ébrios nas madrugadas insones
Por ruas desertas à procura ou quem sabe fugindo
Sabe Deus do que...
Irremediavelmente bailamos como folhas ao vento
Por vezes, em uníssono com a humanidade
Por outras, completamente díspares de qualquer ser vivente
E vamos, seguindo no pé, em outro pé
Com mãos entrelaçadas, com corpos abraçados
Em um frêmito momentâneo de comunhão
Que a música impõe
E em outros ritmos, completamente desapegados,
Desengonçados, formando o próprio compasso
Que às vezes se encaixa na música da moda
Ou de outras modas
De qualquer modo
Temos um ritmo e imprimimos um movimento
Que a um só tempo
Nos faz pensar o quanto somos feitos
De sentimento, o quanto carregamos conosco a magia, a sedução
Seja no olhar, no movimento do corpo que convida
Ou na solidão que nos faz pensar
Somos artistas, bailarinos
Ao som da música da vida
Que inevitavelmente nos traz, nas idas e vindas,
O compasso da nossa própria existência em constante
Recriação....