O vento
é um amante apaixonado
que arranja e desarranja nossos cabelos
como bem quer...
Desnuda almas levando consigo
pensamentos, ecos de lamento
sorrisos de alegria
secando lágrimas de tristeza
esparramando nossa essência
pela terra, pelo ar em redemoinhos
de infinita magia través
do tempo e do firmamento.
O vento
é uma criança rebelde,
brincalhona
que se atreve
a passear irresoluto
desfolhando árvores
fazendo bailar as roupas no varal
levantando decotes
voando papéis, invadindo casas,
flutuando cortinas
num ensaio interminável
de voltas e contra voltas...
O vento
como flagrá-lo na essência do movimento?
como eternizá-lo se muda a todo momento?
Resta-me apenas senti-lo
seja na algidez do inverno,
seja no calor do verão,
na brisa de outono,
na alegria suave da primavera...
Resta-me apenas querê-lo
com amigo,
com irmão,
nessa eterna caminhada pela imensidão...