CONFISSÃO
Não consigo compor
nada que não venha da alma
nada que não seja sentimento,
seja de realidade,
seja de ébria fantasia.
Por isso anda calada
não porque não sinta,
não porque não veja
um sentido para escrever.
Simplesmente porque temo
do que ao papel vou dizer.
Falar-lhe dos meus desenganos
é rotina cotidiana.
Declarar-lhe amor eterno
é tudo que minha alma clama.
Nomear-lhe o nome do amado
é algo que não posso,
porque é ignorado...
Com tudo isso sofro
sem trégua, nem perdão e
para não viver sem paz
por não poder reconhecer-te
entre os tantos sorrisos que vejo
por não poder ter-te nos abraços que recebo
é que me calo,
sem trégua para o pensamento,
afastada de qualquer apontamento...
Porque dor maior é registrar no papel
que amo e sempre amarei
e o papel, na tranquilidade de sua existência perguntar-me:
- mas quem???
Ana Izabel JS
Enviado por Ana Izabel JS em 12/12/2013
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